terça-feira, 23 de novembro de 2010
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
"Na mira dos alunos" artigo escrito para Revista Carta na Escola (edição de outubro). Clicando na imagem você pode ampliá-la.
domingo, 19 de setembro de 2010
Scr@ps no Orkut agora passam a ter privacidade dentro de redes sociais de seus usuários. Mudança na essência do software social.
Essa investida de privacidade no software social ocorre deste de 2007, em virtude do Orkut ter sido invadido, na época, por spams (e-mails não solicitados, geralmente enviados para um grande número de pessoas, sobretudo na área de comércio e marketing) fakes ( perfis falsos ) e os scrapbook infestados por vírus e mensagens pornográficas.
A partir daí, outras muitas mudanças ocorreram, principalmente depois da criação da CPI da Pedofilia pelo Senado Federal, em 2008, para investigar crimes sexuais envolvendo crianças e adolescentes; foi firmado um acordo com o Google em 2009 para que ele criasse ferramentas para impedir a veiculação de material pornográfico. De lá para cá, muitas comunidades que possuíam conteúdo impróprio, além de pornografia, como racismo, homofobia, entre outras, são excluídas cotidianamente pelo próprio Google, que chega até elas por meio de denúncias de usuário, ou por meio de monitoramento próprio do software.
Esse investimento do google tem como objetivo garantir a permanência dos usuários no Sofware aumentando a privacidade no sistema. Opções de bloqueio para visualização de fotos, mensagens e informações pessoais são cada vez mais utilizadas; ou então sendo permitidas visualizações apenas para amigos ou, em casos mais rígidos, a permissão de visualização apenas para aqueles que enviaram algum comentário para o scrapbook (página de recados).
Com essas mudanças, é possível verificar que o Orkut muda sua essência de comunicação marcada pela exibição e visualização pública, passando a estabelecer comunicação privada. Com isso, as redes sociais do software social vão possibilitar aos seus usuários compartilhar e interagir com seus diferentes grupos de amigos na Internet da mesma forma que fazemos fora dela. Esperamos um uso mais ético e consciente de suas redes sociais.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Dia 13/09 Lançamento de A vida no Orkut, livro do qual sou co-organizadora.
O Orkut é um software do Google, amplamente aceitado como uma rede social, criada em 24 de janeiro de 2004, pelo engenheiro turco Orkut Büyükkökten, com o objetivo de ajudar seus membros a iniciar novas amizades e manter as existentes. Diante da especial popularização do Orkut no Brasil e do crescente interesse de pesquisadores em investigar os processos de comunicação, as práticas discursivas, os relacionamentos e as aprendizagens nas redes sociais esse livro reúne ensaios, com abordagens múltiplas, assim como as pluralidades e as possibilidades de interações do Orkut.
O livro ressalta que o Orkut se constitui em mais uma fonte de socialização digital, um espaço privilegiado para ampliação de comunicação que favorece os intercâmbios, pois possibilita aos sujeitos vivenciarem relações para além das suas comunidades locais. É uma rede fascinante de invenção e exibição de subjetividades. A intenção do livro é ampliar debates, que as inquietações e as motivações expostas contribuam para que pais, educadores e interessados em geral conheçam, sob esses ângulos, o que fazem e pensam jovens e adultos em suas redes sociais, como festejam a vida no Orkut.
domingo, 22 de agosto de 2010
Entrevista concedida a Tv Aratu sobre o Cyberbullying
No dia 05 de agosto, o Aratu Notícias 1 ª Edição da Tv Aratu (Salvador), me convidou para participar de uma matéria sobre o cyberbullying. A reportagem ouviu opniões dos estudantes sobre o tema em uma escola privada de Salvador, logo depois, pude responder algumas perguntas do jornalista Juca Badaró. Assistam a reportagem, ficou bem didática para alunos, professores e pais.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Paulo Sergio Pinheiro no Roda Viva_projeto de lei sobre Palmadas e outros castigos corporais.
Para assistir outras edições, acesse Memória do Roda Viva [http://www.rodaviva.fapesp.br/]
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Onde encontrar A vida no Orkut: narrativas e aprendizagens nas redes sociais
Onde encontrar
Aqui em Salvador:
EDUFBA LIVRARIA 1
Rua Augusto Viana, s/n
(Estacionamento da Reitoria)
Campus do Canela
40110-909 Salvador-BA
Tel./Fax: (71) 3283-7075
EDUFBA LIVRARIA 2
Rua Barão de Jeremoabo, s/n
Campus de Ondina
40170-115 Salvador-BA
Tel./Fax: (71) 3283-6165
EDUFBA LIVRARIA 3 – CEAO
Praça Inocêncio Galvão, 42
Largo Dois de Julho
40060-180 Salvador-BA
Tel./Fax: (71) 3322-6742
LIVRARIA MULTICAMPI
Faculdade de Educação da UFBA
Campus do Canela
Salvador-BA
Fora de Salvador vocês poderão solicitar pelo e-mail e telefones da editora.coedufba@ufba.br
Telefone: +55 (71) 3283-6160
Fax: +55 (71) 3283-6164
Preço do livro: R$ 30,00
Daqui a 6 meses a obra vai ser disponibilizada em versão digital ( repositório livre UFBA)
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Na Folha de São Paulo de Domingo: Casos de Professores alvo de Cyberbullying.
Professor vira alvo de chacota e ofensa de aluno na internet
Por causa de uma nota baixa ou por pura implicância, estudante usa site para humilhar o mestre em público
Docentes costumam ficar calados, segundo sindicatos, porque as escolas tendem a tomar partido dos estudantes
RICARDO WESTIN
DE SÃO PAULO
Faça uma pesquisa no Orkut com "odeio" e "professor", e surgirão mais de mil grupos de discussão.
A lista terá comunidades aparentemente inofensivas -como "Odeio a voz do meu professor"-, mas também incluirá outras raivosas e com nome da vítima -como "Odeio a professora Etiene".
"Primeiro, fiquei chocada. Depois, senti vergonha, tristeza. Chorei", diz Etiene Selbach, 43, professora de educação física num colégio particular de Porto Alegre.
A comunidade havia sido criada por um grupinho de alunas de 13 anos após serem repreendidas numa aula.
Ao lado de uma foto de Etiene riscada com um xis, as meninas escreviam com deboche sobre o corpo, o cabelo e até as roupas dela.
Etiene foi uma vítima do "bullying". No ambiente escolar, o "bullying" sempre foi associado àquele aluno valentão infernizando a vida do colega mais fraco. A novidade é que ele agora ataca o professor. E pela internet.
Estudo do Sinpro (sindicato de mestres) do Rio Grande do Sul mostra que, a cada quatro professores gaúchos, um já sofreu agressão na internet. Os motivos: o aluno tirou nota baixa, incomodou-se com um trejeito do professor ou simplesmente não foi com a cara dele.
"Alguns alunos acham que não passa de brincadeira. Outros creem que estão anônimos na internet", diz o delegado Pedro Marques, da Delegacia contra Crimes Cibernéticos de Minas Gerais.
Calúnia, difamação e injúria são crimes. Quando o autor é maior de idade, pode ser condenado à prisão. Quando menor, ser advertido ou, em caso grave, internado em entidade como a antiga Febem.
Em 2008, os pais de um grupo de alunos de um colégio particular de Rondônia foram sentenciados a pagar R$ 15 mil por danos morais a um professor de matemática vítima de chacota no Orkut.
DEMISSÃO
O "bullying" também está no ensino superior. Roberta (nome fictício), 41, professora de jornalismo numa faculdade privada no interior de Minas, foi alvo dos desabafos de um estudante de 24 anos.
"No Orkut, ele me chamava de velha e dissimulada. Apareceu gente escrevendo que eu era uma oferenda que deveria voltar para o mar. Fiquei perturbada", conta. "Aquela figura do mestre, um profissional que merece respeito, não existe mais."
Ao fim do ano letivo, os três professores citados nesta reportagem foram demitidos. "A escola vê o aluno como cliente. Não quer perdê-lo", diz Maria das Graças de Oliveira, do Sinpro de Minas.
Por essa razão, muitos professores preferem calar-se diante dos ataques psicológicos cometidos pelos alunos.
Para Telma Brito Rocha, pesquisadora da Universidade Federal da Bahia que estuda o "cyberbullying" contra professores, as escolas precisam incluir o bom uso da internet na grade curricular:
"As crianças passam o dia na internet, mas os colégios não discutem temas como pedofilia ou responsabilidade por aquilo que se publica. Os pais também não fazem isso. Acham que basta pôr um bloqueador de site [de sexo] e pronto. Falta diálogo".
sábado, 17 de julho de 2010
Cyberbullying: consequências ao trabalho docente.
Nas comunidades, fotos de professores recebem efeitos especiais negativos, internautas de maneira anônima ou não, criticam eles sem qualquer censura , fazem votações on-line para humilhar o alvo de seus ataques.
Essas comunidades afetam os professores de uma forma sucessiva, sendo sua imagem prejudicada e exposta a vários alunos de diferentes séries da escola, que podem, inclusive, participar postando mensagens ofensivas. Os comentários ofensivos são lidos por uma quantidade grande de alunos, criando e disseminando a má fama do professor.
Para Ortega & Jäger (2007), a violência na internet tem efeitos graves para os que dela sofrem e que são diferentes daquelas violências decorrentes de interação face a face, remetendo a uma dinâmica própria. As vítimas não encontram lugares seguros onde possam cortar o contato com os agressores e, além disso, a agressão pode acontecer a qualquer momento, e os espectadores do ato agressivo se multiplicam de maneira surpreendente. Ou seja, a palavra escrita ou a imagem tende a causar um dano maior, pois podem ser lidas ou vistas várias vezes.
Os efeitos do cyberbullying podem ser ainda mais graves que os efeitos das agressões físicas, pois têm potencial muito maior de macular a imagem das vítimas e, de certa forma, é mais seguro para os agressores, por conta do suposto anonimato da rede internet.
Atualmente, pesquisas realizadas com apoio da UNESCO já apontam situações de violência perpetradas por alunos com difamações e ofensas a professores na internet. Abramovay (2009), em pesquisa realizada em Brasília, constatou que 5,3% dos professores entrevistados já havia sido xingados na internet, 4,7% deles já tiveram suas fotos divulgadas sem autorização, 2,3% já sofreram propagação de fofocas maldosas ou segredos por alunos (2,3%). Foram citados, ainda, acontecimentos como ameaças (2%), chantagens (1,7%), invasão de e-mail (1,4%), divulgação de vídeos sem autorização (1,3%) e apropriação de identidade (0,8%) – todos em referência a práticas cometidas por alunos.
As pesquisas refletem uma realidade nacional e têm contribuído para fazer aflorar a questão da insatisfação dos professores no magistério, um tema que tem sido objeto de estudo cada vez mais frequente nos últimos anos, tanto no Brasil como em outros contextos. Fatores como o estresse da profissão, associado ao excesso de trabalho, baixos salários, desvalorização profissional, dificuldades materiais, indisciplina do aluno, e violência na escola, entre outros, são entendidos como causadores do chamado "Mal-estar docente".
Essas situações podem ainda levar à manifestação de uma síndrome denominada Burnout, um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso, cuja causa está intimamente ligada à vida profissional. A síndrome de Burnout (do inglês “to burn out”, queimar por completo) foi assim denominada pelo psicanalista nova-iorquino, Freudenberger, após constatá-la em si mesmo, no início dos anos 70.
Do ponto de vista político, vemos ainda a relativa importância (para não dizer pouca) que os sistemas gestores dedicam ao assunto. Segundo a Associação de Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), em 2006, a Secretaria Estadual de Educação registrou 2,3 mil casos de violência contra professores em 2006.
Mesmo tomando conhecimento da gravidade da questão, os sistemas gestores estaduais, parecem se limitar com decisões, provisórias, sem o enfrentamento cuidadoso de um problema que está tendo enorme efeito negativo sob a saúde do professor e desenvolvimento do ensino e aprendizagem de crianças e jovens.
Por outro lado, as escolas devem saber das medidas judiciais que professores podem tomar, e ações pedagógicas que podem ser implementadas. Sem isso, os alunos continuarão a repetir essas atitudes porque terão certeza da impunidade. Vão continuar se sentindo à vontade para denegrir a imagem do professor ou de qualquer outra pessoa. E isso não deve ser permitido, pois pode comprometer a formação do próprio aluno.
È preciso saber que as vítimas de cyberbullying têm o direito de prestar queixa e pedir sanções penais. Caso o autor das ofensas tenha menos de 16 anos, os pais serão processados por injúria, calúnia e difamação; se tiver entre 16 e 18 anos, responderá junto com os pais; e, se for maior, assumirá a responsabilidade pelos crimes. Para garantias legais, salve e imprima as páginas da internet onde foram divulgadas as mensagens de difamação ou ofensa sofrida, procure testemunhas. Preste queixa em delegacia comum ou em uma especializada em crimes virtuais, se houver em sua cidade.
Outras dicas pedagógicas podem ajudar na conscientização dos alunos: dialogue com eles sobre o cyberbullying para que eles não vejam essa atitude como brincadeira. Mostre a repercussão e responsabilidade jurídica que esses atos podem levar. Converse também com os pais, realizem palestras com toda comunidade escolar. Verifique se o regimento interno da escola prevê sanções a quem pratica atos agressivos. Em caso negativo, discuta com colegas e direção a possibilidade de incluir o tema. Inclua sanções nesse regimento tanto para os atos de violência presencial ou virtual.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Projeto de lei enviado ao Congresso vai coibir no Brasil a prática de castigos físicos em crianças e adolescentes.
Lula enviou dia 14 ao Congresso Nacional o projeto de lei que pretende coibir no Brasil a prática de castigos físicos em crianças e adolescentes. Este assunto interessa muito a nós professores, pois em muitos casos, é a escola quem identifica a violência, e, é função dela fazer a denúncia sobre maus tratos que seus alunos estejam sofrendo.
O projeto vai acrescentar ao ECA, entre outros, o Artigo 17-A que concede as crianças e adolescentes o direito de serem cuidados e educados pelos pais ou responsáveis sem o uso de castigo corporal ou de tratamento cruel ou degradante. O texto define como tratamento cruel ou degradante qualquer tipo de conduta que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize a criança ou adolescente. As penalidades previstas são advertência, encaminhamento a programas de proteção à família, além de orientação psicológica. Os pais também podem estar sujeitos a obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado. A iniciativa brasileira de proibir a prática de castigos físicos em crianças e adolescentes segue uma tendência mundial, com apoio do Comitê da Convenção sobre Direitos da Criança das Nações Unidas, para que os países passem a ter legislação própria referente ao tema.
A Suécia foi o primeiro país a adotar, em 1979, uma lei contra o uso de castigos corporais em crianças e adolescentes, seguida pela Áustria, Dinamarca, Noruega e Alemanha. Na América do Sul, apenas o Uruguai e a Venezuela adotaram lei semelhante. Atualmente, 25 países têm leis que tratam do assunto.
Segundo o Sistema de Informação para a Infância e a Adolescência (Sipia) do Governo Federal, em 2009 os direitos infanto-juvenis mais violados estiveram centrados na "Convivência Familiar e Comunitária". Com 49% dos registros, os fatos ressaltaram as categorias Inadequação do Convívio Familiar e Ausência deste convívio. Logo em seguida, o direito apontado como o menos respeitado é o que vai contra a "Liberdade, Respeito e Dignidade", que concentra 25% dos fatos, dando destaque às categorias Atos Atentatórios ao Exercício da Cidadania e Violência Física, Psicológica e Sexual. Fato preocupante é que os principais violadores dessas garantias são quem deveria proteger as crianças e adolescentes: pais, padrastos, madrastas, avós, tios, educadores, professores, creche, polícia etc. Dados dos últimos dez anos no País dizem quem 39% dos registros feitos pela SEDH são de pessoas que fugiram de casa em consequência de conflitos familiares. Muitas dessas situações são resultados de violência doméstica como abuso físico, psicológico e sexual, além de conflitos de autoridade, rigidez desproporcional na criação dos filhos, falta de adaptações à presença do padrasto ou da madrasta, sentimentos de rejeição, ameaça, medo, drogadição, expulsões do lar pelo próprio responsável legal, entre outras características que podem acontecer de forma isolada ou cumulativa.
Esse novo projeto de lei, fez voltar uma outra discussão, a redução da maioridade penal, O ministro da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Paulo Vannuchi, através de entrevistas nos meios de comunicação que essa não é a melhor saída para o aperfeiçoamento do ECA. Ele lembrou que muitos adolescentes que cometem crimes considerados hediondos já foram vítimas de abuso sexual ou de espancamento.
Veja também reportagem da TVNBR
terça-feira, 13 de julho de 2010
Hoje, 20 anos do Estatuto Criança e Adolescente (ECA).
sábado, 3 de julho de 2010
Cuidados online: o que pais e educadores precisam saber sobre a pedofilia na internet.
A discussão sobre a pedofilia atualmente tem sido intensa por conta da possibilidade de manipulação, disseminação, comercialização de pornografia infantil na rede internet. Como não existe privacidade na rede, a visibilidade um fenômeno característico do ciberespaço, tem possibilitado chegar mais facilmente a um pedófilo, pois não existe anonimato, por meio de técnicas sofisticadas da engenharia social é possível chegar até o criminoso. A desarticulação dos chamados clubes de pedofilia tem demonstrado isto, hoje a polícia de várias partes do mundo se articula em rede para combater esse crime.
Um tipo de crime que antes da Era da internet existia como um problema com focos individualizados ou restritos de difícil punição. Envolvia o abuso de menores de forma sexual e/ou pornográfica através de fotografias, filmes e vídeos distribuídos através de meios analógicos e, portanto, mais lentos e de alcance limitado. Segundo Silva Sánchez (2002), teórico do Direito Penal, o progresso da tecnologia propiciou a criação de novos tipos de delinquência e, ao mesmo tempo, permitiu que as criminalidades tradicionais encontrassem outros campos de atuação.
Atualmente muitas pessoas estão vivenciando problemas reais resultantes de conflitos virtuais tais como: invasão de privacidade, ofensas à imagem, honra, intimidade, além de ilícitos como estelionato, contrabando, roubo, formação de quadrilha, terrorismo, lavagem de dinheiro e propriamente a pedofilia. Sobre essa última, Hisgail (2007, p.28) destaca a questão do comércio que estruturam as redes de pedofilia no mundo:
No mercado do sexo, a troca de vídeos e revistas com atores mirins e anúncios dissimulados, numa linguagem preenchida por códigos que apenas os usuários conhecem, figura como uma atividade rentável e lucrativa, abastecida por produtos de alto valor comercial.
Agora com a internet a produção, utilização, exibição, comercialização de material (fotos, vídeos) com cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes tem distribuição e alcance imaginável. Através dessa rede é possível “contratar” serviços de exploradores sexuais, fazer turismo sexual ou mesmo efetivar o tráfico de menores e aliciá-los para práticas de abusos sexuais. É possível verificar que as redes de pedofilia viraram comercio lucrativo no mundo inteiro, articulam ainda suas ações a tráficos de drogas e lavagem de dinheiro.
Mas o que faz essas redes desafiarem os direitos humanos e os sujeitos que fazem parte dela, desprezando certos direitos elementares da convivência humana? Autoras como Fani Hisgail faz uma opção psicanalítica para responder a essa pergunta. Para ela a questão é psicopatológica, pois o pedófilo na sua subjetivação coloca a criança no lugar de um objeto de gozo para uma libido errante.
A pedofilia é um ato violento e impactante, uma prática em que um sujeito recusa as leis simbólica e social, colocando em ato uma fantasia que não apresenta escolha ao outro, no entanto, é fundamental sairmos da perplexidade que nos absorve para analisar conjuntamente com a dimensão psicológica o aspecto jurídico que contribui para dar contornos legais a esse recorte psicopatológico que é a pedofilia.
Hoje vemos um esforço do governo brasileiro em modificar a legislação para com vistas a coibir crimes na internet. Neste sentido, em 25 de novembro de 2008 o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei n. 11.829, que alterou os artigos 240 e 241 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, para aprimorar o combate à produção, venda e distribuição de pornografia infantil, bem como criminalizar a aquisição e a posse de tal material e outras condutas relacionadas à pedofilia na internet.
Agora a legislação se torna mais eficiente em caso de uso da rede internet para prática desse crime. A nova redação dada aos artigos 240 e 241, do Estatuto da Criança e do Adolescente, prevê a punição também a quem armazena material pornográfico infantil e aos provedores que, uma vez notificados sobre o conteúdo de sites com esse material, não desabilitem o acesso. A punição para quem produz ou usa cenas de pornografia infantil passa de dois a seis anos de reclusão para quatro a oito anos. São previstas ainda punições a quem oferece, troca ou transmite pornografia infantil (três a seis anos) por meio de sistema de informática ou mesmo para quem armazena esse tipo de material (um a quatro anos).
Atitudes educativas que podem inibir a ação dos pedófilos
Os familiares ao permitirem a participação de crianças em redes sociais na internet monitorem o tempo que elas ficam online, inclusive limitando o uso de outras mídias como TV, este tempo deve ser dosado entre outras atividades físicas, escolares, culturais; estabeleça combinados com eles, criando regras de uso, como acesso a sites. As informações postadas nas redes sociais devem ser acompanhadas. É importante conhecer os perfis que seus filhos adicionam .Se não há familiares nas fotos desses perfis, nos scraps ou nos depoimentos, ou ainda os recados são apagados, desconfie. A mesma atitude dever ser feita em relação aos comunicadores instantâneos, MSN, entre outros.
Se possuem perfil no Orkut, é recomendado colocar o link do seu próprio perfil ou seu e-mail pessoal com um aviso de que está monitorando diariamente os contatos de seu filho. Assim, os pedófilos saberão que a criança está protegida e terão receio em assediá-la. Isso também facilitaria entrar em contato com você caso alguém queira alertá-lo sobre problemas com o perfil de seu filho no Orkut.
Usar bloqueadores de site apenas não é a solução mais eficiente, em alguns casos as crianças e adolescentes sabem como desinstalá-los, o mais importante é criar um clima de diálogo e confiança. Instrua a não divulgar dados pessoais, endereço de escola, e-mails, entre outras informações. Manter o computador numa área comum da casa é outro fator importante. Se encontrar material ofensivo e violento em sites explique a seu filho o que vai fazer.
A principal arma, além dos cuidados que devemos ter é a denúncia, assim podemos frear as atitudes ilegais. Existe por parte do poder governamental e não governamental intuições tais como: conselhos tutelares, varas da infância e da juventude em sua cidade, delegacia de proteção a criança e adolescente, em alguns estados. As denúncias ainda podem ser feitas pela internet, nos sites: Divisão de Direitos Humanos da Polícia Federal [http://www.ddh.cgcp.@pf.gov.br]; SaferNet [http://www.safernet.org.br/site/]; Ministério da Justiça: crime.internet@dpl.gov.br; Rede Nacional de Direitos Humanos [http://www..mdh.gov.br].
Referências
CAPPELLARI, Veronezi, Marcia Schmitt . A pedofilia na pós-modernidade: um problema que ultrapassa a cibercultura. Em Questão, Porto Alegre, v. 01, p. 67-82, 2005.
HISGAIL, Fani. Pedofilia, um estudo psicanalítico. São Paulo: Iluminuras, 2007, p. 126.
SILVA SANCHÉZ, Jesús-Maria. A expansão do direito penal: aspectos da política criminal nas sociedades pós-industriais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.
BRASIL, Presidência da República. Lei Nº 11.829, de 25 de Novembro de 2008. Altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, para aprimorar o combate à produção, venda e distribuição de pornografia infantil, bem como criminalizar a aquisição e a posse de tal material e outras condutas relacionadas à pedofilia na internet.
terça-feira, 29 de junho de 2010
Novo Livro de Zygmunt Bauman
Conferência na UFRB sobre Violência Virtual e Mal Estar Docente
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Criminalização das Práticas de Cyberbullying
Além disso, o deputado federal Carlos Eduardo Vieira da Cunha, do PDT/RS, apresentou ao Plenário da câmera no dia 4 de junho de 2009 um projeto de lei que quer combater o bullying e cyberbullying no Brasil. O projeto até o dia 9/12/2009 já tinha sido discutido em algumas comissões e se encontra parado na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Um dos principais focos da proposição está na criação de uma legislação nacional para combater as violentas ações eletrônicas em redes sociais e blogs, que podem causar efeitos psicológicos de difícil reversão em crianças e adolescentes. As medidas, segundo o político, servirão para conscientizar a população da gravidade do assunto, que é a causa de surtos de violência, suicídios e assassinatos em série pelo mundo. O projeto prevê a criação de um programa nacional que envolva palestras e debates nas escolas e também com os pais para se enfrentar o problema.
Atualmente apenas o Estado de Santa Catarina é o único no país a ter uma lei específica contra o bullying nas escolas. A lei n. 14.651, de 12 de janeiro de 2009 autoriza a instituir o Programa de Combate ao Bullying, de ação interdisciplinar e de participação comunitária, nas escolas públicas e privadas, no Estado de Santa Catarina.
Campanha de Serginho Groisman contra o Bullying e o Cyberbullying
http://altashoras.globo.com/AltasHoras/Internas/0,,MUL1600831-17069,00.html
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Estatuto da Igualdade Racial é aprovado no Senado, crimes raciais na internet serão enquadrados.
O projeto de lei prevê a obrigatoriedade do ensino da história da África; reconhece a capoeira como esporte e prevê recursos para a prática; reitera prática livre de cultos religiosos de origem africana; garante linhas especiais de financiamento público para quilombolas; e prevê a criação de ouvidorias em defesa da igualdade racial. Multa para quem pratica crime na internet e interdição de página, e enquadramento dos casos de violência contra mulher.
http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=94019
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/359794.pdf
http://www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=69194
Veja trechos:
CAPÍTULO III
DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E AO LIVRE
EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS
Art. 29. O Estado adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo de:
I – coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de
proposições, imagens ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na religiosidade de matrizes africanas;
CAPÍTULO V
DOS DIREITOS DA MULHER AFRO-BRASILEIRA
Art. 35. O Poder Público garantirá a plena participação da mulher afro-brasileira como beneficiária deste Estatuto da Igualdade Racial e em particular lhe assegurará:
I – a promoção de pesquisas que tracem o perfil epidemiológico da mulher afrobrasileira
a fim de tornar mais eficazes as ações preventivas e curativas;
II – o atendimento em postos de saúde em áreas rurais e quilombolas dotados de aparelhagem para a prevenção do câncer ginecológico e de mama;
III – a atenção às mulheres em situação de violência, garantida a assistência física, psíquica, social e jurídica;
IV – a instituição de política de prevenção e combate ao tráfico de mulheres afrobrasileiras e aos crimes sexuais associados à atividade do turismo;
CAPÍTULO XI
DO ACESSO À JUSTIÇA
Art. 79. É garantido às vítimas de discriminação racial o acesso gratuito à Ouvidoria Permanente do Congresso Nacional, à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário em todas as suas instâncias, para a garantia do cumprimento de seus
direitos.
Art. 80. O Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial fica autorizado a constituir grupo de trabalho para a elaboração de programa especial de acesso à Justiça paraa população afro-brasileira.
§ 1º O grupo de trabalho contará com a participação de estudiosos do funcionamento do Poder Judiciário e de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil,de associações de magistrados, de associações do Ministério Público e de associações da sociedade civil que atuam na defesa dos direitos humanos, conforme determinações do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
§ 2º O Programa Especial de Acesso à Justiça para a população afro-brasileira, entre outras medidas, contemplará:
I – a inclusão da temática da discriminação racial e desigualdades raciais no processo de formação profissional das carreiras policiais federal, civil e militar, jurídicas da Magistratura, do Ministério Público e da Defensoria Pública;
II – a adoção de estruturas institucionais adequadas à operacionalização das propostas e medidas nele previstas.
§ 3º O Poder Judiciário, por meio de seus tribunais, em todos os níveis da Federação, fica autorizado a criar varas especializadas para o julgamento das demandas criminais e cíveis originadas de legislação antidiscriminatória e de promoção da igualdade racial.
§ 4º O Poder Executivo, em todos os níveis da Federação, fica autorizado a criar delegacias de polícia para a apuração das demandas criminais e cíveis originadas da legislação antidiscriminatória e de promoção da igualdade racial.
Art. 81. Para a apreciação judicial das lesões e ameaças de lesão aos interesses da população afro-brasileira decorrentes de situações de desigualdade racial, recorrer-se-á à
ação civil pública, disciplinada na Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985.
§ 1º Nas ações referidas neste artigo prevalecerão:
I – o critério de responsabilidade objetiva;
II – a inversão do ônus da prova, cabendo aos acionados provar a adoção de procedimentos e práticas que asseguram o tratamento isonômico sob o enfoque racial.
§ 2º As condenações pecuniárias e multas decorrentes das ações tratadas neste
artigo serão destinadas ao Fundo de Promoção da Igualdade Racial.
Certamente o Estatuto irá ajudar na criminalização das práticas de cyberbullying, vamos torcer pela sanção do presidente. Breve vou postar o que temos até o momento para enquadramento legal dos casos de cyberbullying.
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Cyberbullying na Revista Nova Escola de Junho: alguns comentários.
- No espaço virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente atormentando as vítimas. Antes, o constrangimento ficava restrito aos momentos de convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo.
- Os jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de troca de mensagens via celular - e muitas vezes se expõem mais do que devem.
- A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o(s) agressor(es), o que aumenta a sensação de impotência.
Raissa*, 13 anos, conta que colegas de classe criaram uma comunidade no Orkut (rede social criada para compartilhar gostos e experiências com outras pessoas) em que comparam fotos suas com as de mulheres feias. Tudo por causa de seu corte de cabelo. "Eu me senti horrorosa e rezei para que meu cabelo crescesse depressa."
Esse exemplo mostra como a tecnologia permite que a agressão se repita indefinidamente . A mensagem maldosa pode ser encaminhada por e-mail para várias pessoas ao mesmo tempo e uma foto publicada na internet acaba sendo vista por dezenas ou centenas de pessoas, algumas das quais nem conhecem a vítima. "O grupo de agressores passa a ter muito mais poder com essa ampliação do público", destaca Aramis Lopes, especialista em bullying e cyberbullying e presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele chama a atenção para o fato de que há sempre três personagens fundamentais nesse tipo de violência: o agressor, a vítima e a plateia. Além disso, de acordo com Cléo Fante, especialista em violência escolar, muitos efeitos são semelhantes para quem ataca e é atacado: déficit de atenção, falta de concentração e desmotivação para os estudos.
Esse tormento permanente que a internet provoca faz com que a criança ou o adolescente humilhados não se sintam mais seguros em lugar algum, em momento algum. Na comparação com o bullying tradicional, bastava sair da escola e estar com os amigos de verdade para se sentir seguro. Agora, com sua intimidade invadida, todos podem ver os xingamentos e não existe fim de semana ou férias. "O espaço do medo é ilimitado", diz Maria Tereza Maldonado, psicoterapeuta e autora de A Face Oculta, que discute as implicações desse tipo de violência. Pesquisa feita este ano pela organização não governamental Plan com 5 mil estudantes brasileiros de 10 a 14 anos aponta que 17% já foram vítimas de cyberbullying no mínimo uma vez. Desses, 13% foram insultados pelo celular e os 87% restantes por textos e imagens enviados por e-mail ou via sites de relacionamento.
Quando se trata de bullying e cyberbullying, é comum pensar que há apenas dois envolvidos: a vítima e o agressor. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem fundamental: o espectador. Veja a seguir o que caracteriza a ação de cada um deles nos casos de violência entre os jovens.
Vítima
Costuma ser tímida ou pouco sociável e foge do padrão do restante da turma pela aparência física (raça, altura, peso), pelo comportamento (melhor desempenho na escola) ou ainda pela religião. Geralmente, é insegura e, quando agredida, fica retraída e sofre, o que a torna um alvo ainda mais fácil. Segundo pesquisa da ONG Plan, a maior parte das vítimas - 69% delas - tem entre 12 e 14 anos. Ana Beatriz Barbosa Silva, médica e autora do livro Bullying: Mentes Perigosas na Escola, cita algumas das doenças identificadas como o resultado desses relacionamentos conflituosos (e que também aparecem devido a tendências pessoais), como angústia, ataques de ansiedade, transtorno do pânico, depressão, anorexia e bulimia, além de fobia escolar e problemas de socialização. A situação pode, inclusive, levar ao suicídio. Adolescentes que foram agredidos correm o risco de se tornar adultos ansiosos, depressivos ou violentos, reproduzindo em seus relacionamentos sociais aqueles vividos no ambiente escolar. Alguns também se sentem incapazes de se livrar do cyberbullying. Por serem calados ou sensíveis, têm medo de se manifestar ou não encontram força suficiente para isso. Outros até concordam com a agressão, de acordo com Luciene Tognetta. O discurso deles vai no seguinte sentido: "Se sou gorda, por que vou dizer o contrário?" Aqueles que conseguem reagir alternam momentos de ansiedade e agressividade. Para mostrar que não é covarde ou quando percebe que seus agressores ficaram impunes, a vítima pode escolher outras pessoas mais indefesas e passam a provocá-las, tornando-se alvo e agressor ao mesmo tempo.
Agressor
Atinge o colega com repetidas humilhações ou depreciações porque quer ser mais popular, se sentir poderoso e obter uma boa imagem de si mesmo. É uma pessoa que não aprendeu a transformar sua raiva em diálogo e para quem o sofrimento do outro não é motivo para ele deixar de agir. Pelo contrário, se sente satisfeito com a reação do agredido, supondo ou antecipando quão dolorosa será aquela crueldade vivida pela vítima. O anonimato possibilitado pelo cyberbullying favorece a sua ação. Usa o computador sem ser submetido a julgamento por não estar exposto aos demais. Normalmente, mantém esse comportamento por longos períodos e, muitas vezes, quando adulto, continua depreciando outros para chamar a atenção. "O agressor, assim como a vítima, tem dificuldade de sair de seu papel e retomar valores esquecidos ou formar novos", explica Luciene.
Espectador
Nem sempre reconhecido como personagem atuante em uma agressão, é fundamental para a continuidade do conflito. O espectador típico é uma testemunha dos fatos: não sai em defesa da vítima nem se junta aos agressores. Quando recebe uma mensagem, não repassa. Essa atitude passiva ocorre por medo de também ser alvo de ataques ou por falta de iniciativa para tomar partido. "O espectador pode ter senso de justiça, mas não indignação suficiente para assumir uma posição clara", diz Luciene. Também considerados espectadores, há os que atuam como uma plateia ativa ou uma torcida, reforçando a agressão, rindo ou dizendo palavras de incentivo. Eles retransmitem imagens ou fofocas, tornando-se coautores ou corresponsáveis.
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A reportagem ilustra muito bem o fenômeno que tem aumentado bastante com o desenvolvimento das tecnologias. No entanto, gostaria de apontar apenas algumas questões relacionadas as características das vítimas que sofrem cyberbullying, assim como, as características dos agressores. Não concordo que as vítimas sejam geralmente fracas, e que os agressores sejam os fortes. Na prática do bullying, o desenvolvimento físico ou emocional, ou apoio dos colegas, são condições importantes para impor violência, logo existe uma relação desigual de poder. No caso do cyberbullying, esse aspecto não importa; os alunos que espalham boatos desagradáveis através da internet não precisam ser mais forte ou necessariamente ter mais poder do que os alvos de tais rumores. A possibilidade de anonimato na internet é o elemento que encoraja as atitudes agressivas.
domingo, 30 de maio de 2010
Resenha do livro de PEREIRA, Sônia Maria de Souza. Bullying e suas implicações no ambiente escolar. São Paulo: Paulos, 2009.
No Brasil, como sabemos, não é diferente; Professores convivem com cenas reais de brigas entre alunos que envolvem agressões fisicas com socos, chutes, ou agressões psicológicas, por meio de ofensas, difamações (inclusive dirigidas aos próprios professores); ou ainda, grupos de alunos ou ex-alunos depredando o patrimônio, munidos de armas ou drogas, comprometendo a integridade da vida escolar.
As formas de violência no ambiente escolar são variadas e envolvem uma mutiplicidade de atos. O mesmo ocorre com os fatores determinandes para sua ocorrencia, pois abarcam desde questões psicolólogicas, familiares, socioeconômicos, ou ainda, circunstânciais, como o uso de drogas liicitas ou ilicitas.
No contexto das diferentes formas de manifestações da violência na escola temos ainda o bullying, termo de origem inglesa, derivado do adjetivo bully, que significa valentão, tirano; um tipo de violência entre os alunos, caracterizada pela ocorrência de agressões de ordem física e/ou psicológica, geralmente por um longo período e de forma repetitiva, na qual se evidencia um desequilíbrio de poder entre agressor e vítima.
O bullying é um problema que vem sendo detectado como problema em muitas escolas, sejam públicas ou privadas; Ainda assim, muitos profissionais da educação desconhecem suas características, ou as graves consequências dos atos cruéis e intimidadores. Por conta desse desconhecimento, ele é confundido com a indisciplina ou brincadeiras entre alunos ou grupos de alunos, por vezes, de caráter físico, que envolvem contato pessoal, discussões ou brigas corriqueiras, ocasionais, em pares de igual força e poder.
Nesse sentido, o livro Bullying e suas implicações no ambiente escolar, fruto de uma monografia defendida no curso de Pedagogia da UFBA em 2007, sob a orientação da professora Selma Borges, é uma obra importante, pois ajuda pais e profissionais da educação no entendimento dessa temática. Por meio de uma revisão bibliográfica, a autora analisa porque é tão difícil para as escolas detectarem o bullying, quais as consequências para o desenvolvimento cognitivo e afetivo dos alunos vitimados; como as escolas e as famílias podem prevenir e combater o bullying.
O livro é composto de pequenos capítulos, seis ao todo., incluíndo conclusão. De maneira clara e objetiva, a autora, apresenta na introdução a estrutura do livro, pontuando que seu trabalho não tem pretensão de apresentar soluções definitivas, mas desenvolver algumas reflexões sobre gravidade do problema, assim como, medidas para o seu enfretamento no ambiente escolar.
No capítulo dois, a autora, revisa os conceitos de violência e seus possíveis condicionates como fator explicativo desse fenômeno. Considera que o conceito varia em diferentes períodos da história da humanidade, ou seja, depende da forma que cada indivíduo compreende o tema, a partir de seus valores e sua ética. Assim, o termo é complexo e polissêmico, visto que é usado para designar fenômenos variados e distintos. Dentre os fatores determinantes para violência, entre os mais citados em sua revisão bibliográfica, está a desestruturação familiar, e o alto índice de exclusão social.
No capítulo três, parte do histórico para explicar o conceito de bullying, e as diferenças entre bullying e indisciplina. Essa discussão que a autora traz é importante, porque, sabemos que embora os estudos sobre a questão da violência na escola já aconteciam desde anos 70, na Suécia, Reino Unido, Estados Unidos da América (EUA), só nos anos 80 que, Dan Olweus, pesquisador da Universidade de Bergen na Noruega, desenvolveu os primeiros critérios para detectar o problema de forma especifica, e assim diferenciá-lo, de outras possíveis interpretações, que envolviam indisciplina, e brincadeiras entre alunos, as chamadas gozações. Já no Brasil, até 2003 o termo não era mencionado nas pesquisas sobre violência escolar, somente em 2005, conforme a autora, os estudos de Lopes Neto (2005), Fante (2005), Seixas (2005) e Murriel et al. (2006) discutem a questão. (p.36)
Segundo Pereira, o bullying se manifesta através de insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente , acusações injustas, tomar pertences, meter medo, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos, levando-os à exclusao, além de danos físicos, morais e materiais. (p.31)
Em geral, podemos notar, que as vítimas não dispõem de recursos, status e habilidade para reagir porque estao numa relação desigual de poder com os agressores, ou por razões psicológicas, econômicas ou sociais. Os agressores se valem destas incapacidades para infligir dano, seja porque alcançaram algum tipo de gratificação emocional com tal postura, ou pretendem obter alguma vantagem especifica, como se apossar de dinheiro, deobjetos da vitima, ou ainda, solidificar posições na hierarquia do grupo onde estão inseridos, e aumentar sua popularidade entre os demais colegas. O caráter intencional ainda é justificado pela escolha de grupos com características físicas, socioeconômicas, de etnia e orientação sexual, específicas.
Nesse sentido, ser diferente é um pretexto para que o autor do bullying satisfaça a sua necessidade de agredir, ofender e humilhar alguém. Os agressores buscam em suas vítimas algumas diferenças em relação ao grupo no qual estão inseridos. A prática de bullying se constitui numa prática de rejeição perversa, que priva o indivíduo, considerado “diferente e inferior”, de sua dignidade, e de seu direito de participar e existir socialmente.
A autora estabelece diferença entre disciplina indisciplina e bullying: Disciplina são regras básicas de convivência, a indisciplina pode ser percebida como uma fuga ás regras, uma não obdiência, pelo aluno, às regras preestabelecidas, no caso da escola. (p.52) Porém não podem ser confundidas, visto que, a primeira provoca transtornos disciplinares de fácil solução. A segunda, provoca transtornos mais complicados, pois prejudica o desenvolvimento natural de seus envolvidos, tanto no emocional como no cognitivo e psicológico.
No capítulo quatro, apresenta as consequências e implicações do bullying, tanto para vítima, quanto para agressor, demonstra os aspectos psicológicos e cognitivos implicados. Para os agressores, as provavéis conseguências podem ser: crença na força para solução dos seus problemas; dificuldade em respeitar a lei e os problemas que daí advém; problemas de relacionamento afetivo social. (p.62) Já para as vítimas, existe perda de concentração na escola, de autoestima, problemas de relacionamento, síndrome do pãnico, depressão, e podem levar a atitudes mais extremas, como o suicídio.
No quinto capítulo, discute alguns modelos de prevenção/intervenção de alguns países para minimizar a violência nas escolas. No entanto, aponta que não existe uma receita única, mas várias que deram certo, como as estratégias estabelecidas no currículo, no projeto pedagógico, articuladas a gestão da escola.
Além disso, considero importante que cada escola estabeleça um projeto que reconheça seus limites, possibilidades, compreendendo ainda sua diversidade. É preciso ainda, que a união, as secretarias estaduais e munícipais se comprometam com a formação de professores para o enfretamento do bullying. Portanto o livro é uma excelente oportunidade para começarmos o debate no espaço escolar; um suporte teórico que nos ajudará, entre outras questões, a distinguir os alunos que práticam bullying dos alunos indisciplinados, e medidas de intervenção para sua prevenção.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Cyberbullying é discutido no filme "As Melhores Coisas do Mundo".
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Cyberbullying na Revista Veja desta semana
Um em cada seis estudantes brasileiros do ensino fundamental
já foi alvo de bullying no mundo virtual. Isolamento, medo
e até depressão são sinais evidentes desse tipo de violência
Veja a reportagem na íntegra em:
http://veja.abril.com.br/050510/tecnologia-a-servico-brutos-p-098.shtml
http://veja.abril.com.br/especiais_online/bullying/index.shtml
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Projeto de lei no Senado garantirá prestação jurisdicional nos casos de violência contra professores.
O CONGRESSO NACIONAL decreta:
Art. 1º Esta Lei estabelece procedimentos de socialização e de prestação jurisdicional e prevê medidas protetivas para os casos de violência contra o professor oriunda da relação de educação.
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, configura violência contra o professor qualquer ação ou omissão decorrente da relação de educação que lhe cause morte, lesão corporal ou dano patrimonial, praticada direta ou indiretamente por aluno, seus pais ou responsável legal, ou terceiros face ao exercício de sua profissão.
Quero compartilhar minha alegria de ver que essa questão tem sido preocupação do Congresso Nacional, isso vai garantir medidas de punição, acompanhamento médico-psicológico para professores vítimas da violência oriunda da relação escolar. Um avanço na compreesão legal desse problema, a assimetria jurídico-instrumental entre professores e alunos, ou seja, o ordenamento jurídico fornecia um forte aparato de proteção a um lado (crianças e adolescentes), sem um correspondente contrapeso do outro (educadores), com a lei isto muda.
Vamos acompanhar o projeto, divulguem, é preciso participação popular. A lei ainda precisará ampliar a compreensão sobre violência. O assédio moral, as ofensas, calúnias, difamações, a violência engendrada pelo meio virtual, muito recorrente.
http://www.senado.gov.br/sf/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=91006
domingo, 25 de abril de 2010
Pesquisa sobre bullying nas escolas brasileiras
A pesquisa foi realizada em 2009, por meio da coleta e da análise de dados quantitativos e qualitativos, com foco nas seguintes dimensões do tema:
• Incidência de maus tratos e de bullying no ambiente escolar;
• Causas de maus tratos e de bullying no ambiente escolar;
• Modos de manifestação de maus tratos e de bullying no ambiente escolar;
• Perfil dos agressores e das vítimas de maus tratos e de bullying no ambiente escolar;
• Estratégias de combate aos maus tratos e ao bullying no ambiente escolar.
Resultados indicaram que a ocorrência do bullying emerge em um clima generalizado de violência no ambiente escolar, considerando-se que 70% da amostra de estudantes responderam ter presenciado cenas de agressões entre colegas, enquanto 30% deles declararam ter vivenciado ao menos uma situação violenta no mesmo período. O bullying, caracterizado como ações de maus tratos entre colegas – tendo como base frequência superior a três vezes durante o ano letivo pesquisado -, foi praticado
e sofrido por 10% do total de alunos pesquisados, sendo que % disseram reproduzir os maus tratos sofridos se convertendo em vítimas e autoras ao mesmo tempo.
Esse estudo pretende ainda alertar e orientar não só estudantes e docentes escolares, mas toda a sociedade, a fim de contribuir com a redução da violência no ambiente escolar.
O relatório integral com resultados do estudo pode ser acessado na página da ONG
http://www.aprendersemmedo.org.br/?p=download-pesquisa-bullying
sábado, 24 de abril de 2010
Sobre o bullying
O bullying é definido como atitudes agressivas de todas as formas, praticadas intencional e repetidamente, que ocorrem sem motivação evidente, causando dor e angústia, e são executadas dentro de uma relação desigual de poder. Importante colocar que o bullying não ocorre apenas entre pares (alunos), ele também pode ocorrer em outros ambientes, o empresarial, na área militar, em espaços de lazer, em presídios, ou seja, em espaços não escolares. No entanto, como nosso ambiente de trabalho é a escola, é neste espaço que cotidianamente professores se deparam com atitudes agressivas (e repetitivas) entre alunos. Para identificação da prática de bullying é importante observar seis define seis elementos centrais. A práticas de agressão física, verbal ou psicológica (intimidação); o agressor é mais poderoso ou pelo menos, assim é visto pela vítima; há a intenção de causar medo e/ou dor à vítima; a agressão não é provocada pela vítima; as agressões são repetidas; os agressores alcançam o resultado desejado.
Dicas de autores:
SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: Mentes Perigosas na Escola. Editora Fontanar (2009)
FANTE, C.Fenômeno bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz (2. ed.). Campinas, SP: Versus, 2005.
NOGUEIRA, R.M.C.P.A. A prática de violência entre pares: o bullyng nas escolas. Revista Iberoamericana de Educación - n.37 p.93-102, 2005. Disponível em:[http://www.rieoei.org/rie37a04.htm]
OLWEUS, D. Bullying at school: what we know and we can do. Oxford: Blackwell, Publishing, 1993.
ORTEGA, R. & Jäger, T. (eds) Acting against school bullying and violence. The Role of Media, Local Authorities and the Internet. Landau: Verlag Empirische Pädagogik, 2007.
SMITH, P. K. (2002). Intimidação por colegas e maneiras de evitá-la. In E. Debarbieux & C. Blaya (Eds.), Violência nas escolas e políticas públicas (pp. 187-205). Brasília, DF: Unesco.
SMITH, P. K., COWIE, H., OLAFSSON, R. F., & LIEFOOGHE, A. P. D.. Definitions of bullying: A comparison of terms used, and age and gender differences, in a fourteen-country international comparison. Child Development, 73(4), 1119-1133. 2002 .
ROLIN, M. F. Bullying: o pesadelo da escola. Um estudo de caso e notas sobre o que fazer. Programa de Pós-graduação em Sociologia, UFRGS, 2008.
Mais alguns livros que ajudam bastante o professor:
A Face Oculta, Maria Tereza Maldonado, 96 págs., Ed. Saraiva, tel. (11) 3933-3366, 25,50 reais
Bullying: Mentes Perigosas na Escola, Ana Beatriz Barbosa Silva, 189 págs., Ed. Fontanar, tel. (21) 2199-7824, 33,90 reais
Fenômeno Bullying: Como Prevenir a Violência nas Escolas e Educar para a Paz, Cléo Fante, 224 págs., Ed. Verus, 29,00 reais.
Você também poderá encontrar na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações vários trabalhos a partir do descritor bullying, em áreas como: educação, saúde, sociologia, psicologia. Vemos o interesse de programas de pós graduação em abordar a temática de maneira multidisciplinar.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
O Bullying na Revista ISTOÉ desta semana
Para acesso ao texto na íntegra:
http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/65710_AS+ESCOLAS+FECHAM+OS+OLHOS+AO+BULLYING+
domingo, 11 de abril de 2010
Carregadoras de Sonhos.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
A diretora de uma escola municipal em Vila Isabel (na zona norte do Rio) registrou queixa contra a mãe de um de seus alunos por desacato e injúria após apartar briga de estudantes que moram em duas comunidades dominadas por facções de traficantes de drogas rivais.
No entanto, segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação, a diretora da escola municipal General Humberto de Souza Mello foi agredida fisicamente, em 31 de março. Mas, com medo de represálias, teria omitido o fato.
"Casos de agressão são cada vez mais comuns, mas há pressão da prefeitura para que isso seja abafado", diz a presidente da entidade, Suzana Gutierrez.
Representantes do sindicato se reúnem hoje com a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, para cobrar mais segurança nas escolas.
A secretária disse que "determinou a apuração dos fatos e a garantia da segurança da comunidade escolar". Nas imediações da escola, a Polícia Militar reforçou o policiamento .
Segundo a delegada Leila Goulart, responsável pelo caso, a queixa foi registrada pela diretora após um aluno, de 16 anos, chamar moradores da Mangueira para ameaçar a diretora que o havia repreendido por se envolver em uma briga. A mãe do aluno teria incitado os estudantes a xingar a diretora e quebrou vários telefones e janelas, afirmou.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0604201010.htm
domingo, 21 de março de 2010
domingo, 14 de março de 2010
Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos
Veja o link onde pode denunciar crimes de pedofilia, homofobia, racismo, entre outros.
http://www.safernet.org.br/site/denunciar
Sobre a Violência
A escola, a família e os meios de comunicação têm importante papel na abertura desse diálogo, mas, à medida que as duas primeiras se omitem e os meios de comunicação não param de falar de maneira sensacionalista, a cultura da revolta diante do que choca, do que deveria espantar, transforma-se em cultura do show e do entretenimento.
Nesse sentido, a violência precisa ser interpretada e definida em suas várias faces, interligada, em rede, e por meio dos eventos em que se expressa, repercute e se reproduz através da linguagem. Tal discussão mostra-se bastante profícua para se pensar a violência expressa através de discursos em ambientes digitais, pois a palavra também pode ser violenta, à medida que é invasiva, e provoca algum tipo de constrangimento moral ou coação.
É preciso ainda entender a violência como um fenômeno multifacetado, que não atinge apenas a integridade física, mas também a integridade psíquica, emocional e simbólica de indivíduos ou grupos nas diversas esferas sociais, seja no espaço público ou privado.
Por essas razões, a análise das causas e das relações que geram condutas violentas impõe alguns desafios aos pesquisadores: demanda tanto o reconhecimento das especificidades das situações nesta sociedade em rede, como a compreensão de processos mais abrangentes que produzem a violência.
O caso do professor Marcos Nonato (esfaqueado no pescoço dia 03/03 em escola no Bairro de Cajazeiras
Em nota, a Secretaria de Eduação do Estado informou que o professor foi agredido após reclamar da indisciplina do estudante. O jovem tentou fugir da instituição, mas foi contido por alunos e por policiais militares da Ronda Escolar. Ele foi levado para a Delegacia do Adolescente Infrator (DAI).
Esse caso revela que a violência nas escolas não está condicionada unicamente a fatores de riscos que envolve a comuniadade, aqueles que dizem respeito à interferência da violência urbana, o assédio das escolas pelo narcotráfico. Em depoimentos os professores ficaram perplexos com o ocorrido, pois a "[...] comunidade não é violenta. A escola desenvolve um trabalho em parceria com a comunidade, grêmio estudantil para promoção da cultura de paz”, disse a diretora Firmina Azevedo.
Assim, podemos compreeender que a violência nas escolas se apresenta como um fenômeno multifacetado, que não atinge apenas a integridade física, mas também a integridade psíquica, emocional e simbólica de indivíduos ou grupos nas diversas esferas sociais.
Por outro lado, precisamos discutir a violência dirigida aos professores com análise pedagógico-social, cobrando ações políticas do próprio Ministério da Educação e Secretarias de Educação, com estratégias para minimizar os efeitos da violência na saúde dos professores, alunos e toda comunidade escolar. Precisamos de escola saudável para uma educação melhor. Precisamos também pensar sobre o papel da Ronda Escolar. Precisamos de projetos que envolvam compromissão da gestão escolar, com as ações preventivas; participação de toda comunidade na vida escolar.
A escola, a família e os meios de comunicação têm importante papel na abertura desse diálogo, mas, à medida que as duas primeiras se omitem e os meios de comunicação não param de falar de maneira sensacionalista, a cultura da revolta diante do que choca, do que deveria espantar, transforma-se em cultura do show e do entretenimento. Isto foi o que vimos dias após 03 de março, passada uma semana, caiu no esquecimento... e tudo volta ao normal, como se nada estivesse acontecendo de tão grave em nossa educação.
Pesquisa da SaferNet (Brasil) sobre Segurança na Internet
Para 90% dos educadores a Internet e demais tecnologias de comunicação tem efeitos positivos na vida de seus alunos. 69% dos educadores afirmam que usam a Internet todos os dias. Em termos de atividades online preferidas, destacam-se as pesquisas/estudos (87%), seguidas pelo e-mail com 80% da preferência dos professores. O trabalho não é a única atividade online já que 47% também usa sites de relacionamento.
Para 77% dos educadores é comum os alunos comentarem em sala de aula sobre o que fazem na Internet, sendo que para 65% dos educadores isso ocorre constantemente. Em relação aos perigos vivenciados por seus alunos, 6% souberam de casos nos quais alunos de sua escola foram vítimas de aliciamento sexual pela Internet. Já em relação ao Ciberbullying, 26% dos educadores já souberam de casos entre os alunos de sua escola. Em relação ao compromisso da escola com a discussão das medidas de segurança online, 99% consideram este um dever da escola, sendo que 67% considera esta uma temática urgente que merece trabalhos permanentes de orientação.
No entanto, é preocupante o fato de que 50% dos educadores consideram que não há informações suficientes para trabalhar o tema nas escolas, e 24% não conhece nenhum programa que trate do tema. Quando indagados sobre os recursos que tem para levar o tema à sala de aula, 29% diz que não tem nenhum recurso e gostaria muito de ter e outros 9% não tem e nem sabem como buscar este tipo de recurso.
Para 69% dos educadores o que eles mais precisam é de capacitação para uso das tecnologias. Na escolha pelos meios mais práticos para esta capacitação os educadores preferem Oficinas de treinamento nas escolas (44%) e Palestras (30%).
Entre os alunos, 69% tem ao menos um amigo virtual (que conheceu pela Internet), sendo que 32% tem mais de 30 amigos deste tipo. 12% dos alunos já namorou ao menos uma vez pela Internet e 11% já publicou na Internet suas fotos íntimas e/ou sensuais. No que diz respeito ao Ciberbullying, 33% afirma que algum amigo seu já foi vítima deste tipo de humilhação na rede.
Além dos dados da pesquisa a SaferNet lançará uma Rede Social – Nética - idealizada para fornecer gratuitamente materiais didáticos multimídia aos educadores brasileiros interessados em trabalhar nas escolas temas como ética, cidadania, sexualidade e segurança na Internet. Reconhecendo a grande lacuna entre as gerações no que diz respeito à familiaridade com a Tecnologias e as carências identificadas na pesquisa, a SaferNet oferecerá através da Rede Nética complementos aos materiais que são distribuídos nas formações presenciais que têm sido realizadas em diferentes estados do Brasil em cooperação com o Comitê Gestor da Internet, Ministério Público, Polícia Federal e Secretarias de Educação.
Violence Against Teachers and School Staff
Communities and schools have responded to student-on-student violence through school-based violence prevention programs and policies, yet science-based evaluations of the effectiveness of these programs are rare. It is not known if these programs have any effect on workplace violence rates in teachers and school staff.
With the exception of a recent study by the University of Minnesota which focused only on teachers, NIOSH is undertaking what we believe to be the first study to evaluate the effect of school-based violence prevention programs addressing assaults from students on both teachers and other school staff. Limited prior studies of workplace violence in the teaching field have relied on workers compensation records due to a variety of reasons, including teachers unwillingness to report violent events to police, insufficient reporting mechanisms for reporting non-physical workplace violence events, and acceptance of the risk of workplace violence in the education field. The scant research available demonstrates that teachers and other school employees may be at an increased risk for theft of personal property, verbal threats of physical harm, bullying, abuse, physical assault, and injury.
Working with partners, including the two leading national education unions, NIOSH decided to conduct the study in Pennsylvania as the state includes large urban and rural school districts. The study aims to describe and quantify physical and non-physical workplace violence against teachers and school staff; measure the impact of physical and non-physical workplace violence on job satisfaction and the mental health of teachers and school staff; and determine if nonfatal work-related assault rates are significantly lower in schools that employ student-directed violence prevention programs.
The study and the survey that will be used to collect the data are in the development stage. As we begin this research, NIOSH would like to use the NIOSH Science Blog to hear from teachers, school staff, administrators, and union representatives about prevention programs in their schools and their perceptions of what is and is not working to protect teachers and other school staff.
School violence is a complex issue, and studying workplace violence in the school setting has unique challenges. It is important to protect the health and safety of the professionals who educate and support our youth. We appreciate your comments. They will be invaluable in informing this research and ultimately the evidence-based prevention programs that are generated.
Hope Tiesman, Ph.D., MSPH
Dr. Tiesman is an injury epidemiologist in the Division of Safety Research at NIOSH and the project officer on this study.
NIOSHs extensive research on preventing workplace violence is detailed on the NIOSH website including the NIOSH video, Violence on the Job, which can be downloaded or viewed via streaming video.
More information on student-related violence can be found at CDC's National Center for Injury Prevention and Control including the School-Associated Violent Death Study.
Fonte:[http://www.cdc.gov/niosh/blog/nsb041408_teacher.html]
sábado, 13 de março de 2010
O que é o Cyberbullying?
Geralmente, o autor insulta, espalha rumores e boatos cruéis sobre os colegas e seus familiares, até mesmo sobre os profissionais da escola. Mensagens instantâneas são disparadas, via internet ou celular, onde o autor se faz passar por outro, adotando nicknames (nomes fictícios) para dizer coisas desagradáveis ou para disseminar intrigas e difamações sobre alguém. Ameaças de morte, acesso a contas de e-mail, interrupção da participação de uma pessoa em um jogo on-line, constrangimento intencional de alguém entre seus colegas.
Blogs são criados para expor as narrativas e o Orkut é utilizado para expor de forma vexatória a pessoa ou grupos étnico-raciais, homossexuais e deficientes perante sua rede de amigos e demais participantes. Fotografias são alteradas, incluindo ofensas, comentários sexistas ou racistas. Essas imagens e textos ainda são divulgados através de materiais impressos espalhados nos corredores da escola ou outros ambientes.
AS práticas de cyberbullying podem gerar crimes diversos. As principais formas de assédio, intimidação, difamação a crianças e adolescentes, ou a grupos com características físicas, comportamentais ou emocionais, socioeconômicas, de etnia e orientação sexual, específicas na internet têm sido enquadradas criminalmente no Brasil pelo Código Penal Brasileiro, vemos também projetos de lei encaminhados no Congresso Nacional para garantir a aplicação mais objetiva nos casos de bullying e cyberbullying.