segunda-feira, 16 de março de 2015

Sobre as faixas das Manifestações do dia 15 de novembro, os discursos de ódio e intolerância.

De todas as imagens que vi circularem nas redes sociais,  talvez a imagem abaixo  tenha me chamado mais atenção. 
Sou professora de didática, atuo na formação de futuros educadores. 
Paulo Freire foi um dos intelectuais da educação que mais tratou da docência em suas obras. Está entre os principais pensadores que elaboraram saberes necessários à atuação do professor. 
Teve sempre a coerência em não separar teoria e prática.  
Suas obras Pedagogia da Autonomia, Pedagogia do Oprimido, Professora Sim, Tia Não, Medo e ousadia, nos trazem importantes reflexões sobre a função social da escola, o papel da educação numa sociedade marcada pelas desigualdades sociais. 
Nos ensinou na Pedagogia, a importância da politicidade da educação, da negação do autoritarismo, da democracia, do diálogo e a educação libertadora. 
Suas obras revelam o pensador preocupado com o futuro da nossa sociedade, da violência, da intolerância. 
Vendo essa imagem, assim como outras que pediram a volta dos militares, os discursos de ódio proferidos  aos berros; só tenho a dizer que cada dia compreendo que a tarefa de educar se torna mais complexa em nossa sociedade. 
Nos cabe a interpretação  de que a educação privada, certamente maior parte dos participantes, classe média, de onde são oriundos, não lhes formam suficientemente para compreender a sociedade democrática. 
A escola deve formar para o trabalho e para a cidadania, já dizia Anisio Teixeira. 
Pelo visto, essas escolas, passam por uma crise em seus currículos e práticas. 
Me parece que o problema da sociedade não é só dos que "não sabem" porque foram mal escolarizados. 
Continuemos na luta pela escola pública, democrática, de pluralismo de idéias. Na esperança Freiriana, uma hora chegaremos lá.


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